Pudesse eu beber desse Gin

Hoje esqueci. Esqueci-me. 
Esqueci e sei, 
Porque só se esquece de facto quando se quer. 
Eu quis e quis que esquecesses como se esquece um espirro. 
Mas somos tão finitos no teu universo
Como é o espaço acima das nuvens
No qual me perco a perder-te de vista. 

E mergulho noutro universo
Onde já não pintas o meu horizonte,
Que tem cheiro a maré de verão
E sabe a gin num fim de tarde quente. 

Pudesse eu esquecer por querer
O inverno que gela a distância que separa
O verão na minha boca,
Do gin fresco no meu horizonte
Com cheiro a maré de verão.